A senhora Edmilza Fernandes Brasil, 35 anos, nos procurou para denunciar o drama vivido no hospital de Maués por ocasião do nascimento de seu filho que veio a falecer.
No dia 23 de setembro de 2011, depois de sentir fortes dores e contração, ela procurou o hospital de Maués onde ficou internada. Relata que o prognóstico preliminar do médico que a atendeu, era de problemas renais.
O médico receitou os remédios e ela ficou recebendo os mesmos para que o problema fosse contornado. A medicação não surtiu efeito e ela informava ao médico a necessidade de retirada da criança (cirurgia), mas o médico sempre afirmava que mão era a hora, apesar das contrações frequentes, haja vista que a mesma já é mãe de outros filhos, portanto, tem experiência de parto.
De sexta até domingo, ficou recebendo os medicamentos para os rins, mas os mesmos não fizeram nenhum efeito, ao contrário, o seu estado evoluio.
No domingo, pela manhã, ela começou a perder água com sangue. Mesmo avisado e vendo o estado de saúde da paciente, o médico falou que iria esperar até às 09 da noite daquele domingo, caso o estado não retrocedesse, iria operá-la.
Como o caso não reverteu, ela foi operada às 09 horas da noite. Relata a senhora, que no momento do parto, a placenta estava na frente do bebê. O enfermeiro que a assistiu, levou a criança para uma incubadora logo após o nascimento, mas logo em seguida, a enfermeira chefa, mandou retirar a criança, pois segundo ela, não havia necessidade daquele procedimento, mesmo em se tratando de uma criança prematura.
A mãe e a criança permaneceram no hospital recebendo medicação. Conta a avó da criança (era um menino) que ela percebeu que desde o nascimento, a criança defecava fezes com sangue. Achou aquilo estranho e comunicou ao médico e este, falou que era normal.
Na quinta-feira, ainda de madrugada, a criança piorou, passou a ter febre e o seu sangue parecia que fugia, retornando em seguida. Com o agravante, outros médicos vieram reforçar a avaliação do estado de saúde da criança e decidir o que fazer. Vale ressaltar, segundo ela, que nesse momento, o médico que estava acompanhando o seu caso desde o início, não mais apareceu, sendo substituído por outro médico que providenciou sua transferência para Manaus.
Na sexta-feira, às 10 horas ela e a criança viajaram para Manaus em um pequeno avião com mais um paciente e um acompanhante. Não havia espaço suficiente no avião e ela mesma, apesar de estar operada, viajou até Manaus segurando o oxigênio (improvisado) usado pela criança.
Conta ela que durante os esforços para medicar a criança, ainda no hospital de Maués, por várias vezes aplicaram injeção e não encontravam a veia da criança, culminando com diversas escoriações em várias partes de seu corpo, inclusive na cabeça, contam a mãe, o pai e a avó da criança.
Em Manaus, a ambulância custou a chegar. O veículo era precário e os levou para o Pronto Socorro da Criança. Chegando lá, a médica que a recebeu informou que o correto seria uma maternidade, mesmo assim, ela falou “vamos tentar salvar esta vida”. A criança estava bastante debilitada e o grau de febre estava sempre nos 39 graus.
Mesmo com todos os procedimentos para reanimar a criança, na madrugada de sexta-feira para sábado, a criança veio a falecer. No sábado, foi providenciado o translado do corpo para Maués, onde foi sepultado.
Mesmo com todo esse drama sofrido, a senhora Edmilza não recebeu nenhum acompanhamento psicológico por parte do poder público. Aos poucos, ela está se recuperando ao lado de sua família, onde recebe muita atenção e carinho.
Segundo dona Edmilza e seus familiares, eles fizeram questão de levar a público o seu drama para que a população de Maués tome conhecimento do descaso que muitas das vezes são os procedimentos médicos rotineiros no hospital de Maués.
Ela acha que houve retardamento no diagnóstico do estado de saúde da criança e dos sintomas antes do parto, se tivessem providenciado a cirurgia, talvez o meu filho não tinha falecido, desabava.
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