Marcelo Ramos - Deputado |
Os usuários do transporte coletivo de Manaus estão pagando o preço da demagogia do prefeito Amazonino Mendes, que descumpriu um contrato em vigor, aumentou a tarifa, depois reduziu e depois aumentou de novo, tudo sem qualquer critério e sem diálogo com a sociedade.
Tarifa pública tem que ser reajustada, mas com critério, diálogo com a sociedade e definindo mecanismos de contrapartida de uma boa prestação dos serviços.
No Executivo, a Prefeitura perdeu completamente o controle do sistema, são mais de 300 carros onde só deveriam existir 150, os veículos não respeitam os pontos de parada e andam superlotados. Entre impor a sua autoridade e retomar a legalidade, o prefeito preferiu acabar indiretamente com o modelo ao estabelecer a absurda tarifa de R$ 5,50.
É óbvio que uma trapalhada dessas seria derrubada pela justiça. E foi.
Se por um lado a atitude demagógica do prefeito tem causado toda essa instabilidade no sistema, por outro, a incompetência e ineficiência do Governo do Estado tem nos feito perder a oportunidade de uma solução estruturante do transporte coletivo em Manaus, já que tendo disponível R$ 800 milhões desde o início do ano passado para investimentos no setor, até hoje não conseguiu executar os recursos.
A consequência de tudo isso é uma gravíssima crise do sistema, com péssimo atendimento para a população e um trânsito caótico diante da corrida para o transporte individual.
No transporte coletivo, nem o governo pode insistir na demagogia e nem a oposição pode cair no discurso fácil e irresponsável. É preciso um pacto a bem da cidade. Um pacto de retomada do controle do sistema, com definição de critérios claros de reajuste da tarifa, com estabelecimento de índices de eficiência e qualidade para as empresas, com definição de obras de infraestrutura viária necessárias pela melhoria do serviço e um pacto de retomada da legalidade, com cumprimento da Lei do Executivo, com combate ao transporte clandestino. Outro caminho nos levará ao caos.
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