Matéria do Jornal A Crítica
Decisão, anunciada nessa quinta-feira (12), pelo governador a 31 prefeitos, começa a ser desenvolvida a partir do próximo mês
Manaus, 13 de Janeiro de 2012
LÚCIO PINHEIRO
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Governador Omaz Aziz (primeiro, à direita) reunido nessa quinta-feira com prefeitos anunciou calendário oficial de encontros (Alex Pazuello-Agecom)
Em um ano de eleições municipais, o governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), decidiu iniciar uma série de reuniões com os prefeitos dos 61 dos 62 municípios do Estado. Porém, avisou aos prefeitos: não vai pedir votos para os que forem candidatos.
A iniciativa foi anunciada pelo governador, nessa quinta-feira (12), em reunião reservada com 31 prefeitos no Palácio do Governo, em Manaus. O encontro aconteceu após a cerimônia de entrega de viaturas às polícias Militar e Civil do Amazonas.
No encontro, Omar acertou para fevereiro o início da agenda de reuniões com os prefeitos. De acordo com a Agência de Comunicação do Governo (Agecom), a ideia do governador é se unir com grupos de quatro a cinco prefeitos, de cada vez.
Depois de um ano e nove meses na cadeira de governador, e mais sete anos e três meses como vice-governador do Amazonas, Omar decidiu agora saber em que o Governo do Estado pode ajudar os municípios. Por isso, resolveu ouvir os prefeitos, justificou a Agecom.
Em outubro de 2011, Omar reclamou das demandas que os prefeitos apresentavam ao Governo. “Geralmente, o prefeito senta comigo só para pedir asfalto para vicinal ou recurso para festa. Não se apresenta um projeto para gerar emprego”, criticou o governador.
Apoio nas eleições
Com o apoio das prefeituras municipais, em 2010, Omar venceu as eleições em 58 dos 62 municípios do Amazonas. E seria justamente por conta dessa unanimidade entre os prefeitos na briga pelo Governo do Estado que o governador decidiu optar pela neutralidade nas eleições desse ano.
“Não vou fazer campanha no interior. Não vou fazer campanha para ninguém. Não vou porque fui apoiado por todos”, declarou Omar, nessa quinta-feira. Nas eleições de 2010, Omar teve 943,9 mil votos em todo o Estado. Desse total, 562,4 mil foram da capital, e 381,5 mil vieram do interior.
A votação total do segundo colocado na eleição para governador, o senador Alfredo Nascimento (PR), foi praticamente a mesma que Omar teve apenas no interior: 382,9 mil. De acordo com a Agecom, a reunião com os prefeitos também serviu para o governador informar mudanças no fornecimento de combustível para viaturas policiais no interior.
Entre os novos veículos entregues ontem pelo Governo do Estado às polícias Militar e Civil, 142 serão destinadas aos 61 municípios do interior. Segundo a Agecom, Omar informou aos prefeitos que, a partir de agora, o Governo repassará aos municípios a verba para que eles comprem o combustível na própria cidade. Antes, o combustível era transportado de Manaus até o interior.
Municípios pedem ação estratégica
Em dezembro de 2011, durante a realização do último Encontro de Prefeitos do Amazonas do ano, na sede da Câmara Municipal de Iranduba, os prefeitos responderam às críticas do governador Omar Aziz (PSD). O presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM) e prefeito de Manaquiri, Jair Souto (PMDB), disse que, antes de se cobrar projetos de geração de emprego e renda dos prefeitos, o Governo do Estado precisava planejar e criar condições básicas para o desenvolvimento do interior do Amazonas.
Dois dias antes, o governador havia voltado a reclamar dos prefeitos que o procuram apenas para pedir asfalto ou ajuda para festas. “Não me apresentam um projeto”, reclamou.
Segundo Jair Souto, o Governo Estadual, assim como Governo Federal, têm deveres a cumprir. “Eu diria que não faltam projetos. O que falta é um planejamento. O Amazonas é carente de bons planejamentos. Os municípios são carentes. É necessário que haja assistência técnica, extensão rural. E essa é uma responsabilidade do Estado”, afirmou o prefeito.
O presidente da AAM apontou a falta de logística no Estado e escassez de mão de obra capacitada nos municípios como exemplo de que o interior ainda não tem sequer as bases para um desenvolvimento.
“O Estado precisa nos ajudar nesse processo. É importante o governador sinalizar no sentido de superar essa falta de estratégia e de planejamento. Porque a partir daí nós podemos nos juntar e encontrar um modelo reconhecendo as especificidades (de cada cidade)”, avaliou.
O prefeito de Lábrea, Gean Barros, disse, durante a reunião de Iranduba, que o Governo do Amazonas precisa pensar o Estado na sua totalidade. “Temos que acabar com esse contraste histórico, onde 97% da economia ficam concentrados em Manaus e apenas 3% vão para o interior”, criticou o prefeito de um dos municípios mais pobres do Estado.
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