Acontecimento que
marcou a minha vida
Artigo
Aldemir Bentes
Maués, Terra do
Guaraná, 03 de fevereiro de 2013
Maués, anos 60, a
cidade se limitava até a Rua Getúlio Vargas e pouquíssimas casas na Rua
Guaranópolis, inclusive a Garagem da Prefeitura que funcionava como escola.
Foi nessa escola que
iniciei meus primeiros estudos e tive como a minha primeira professora, Célia
Macedo e meus colegas, Luizinho Aguiar, Tadeu Bajaral, Paulo Darque, Janete,
irmã do Tadeu, Gessy Soares e outros que a memória me furtou seus nomes.
Quem concluía seus
estudos nessa escola, eram transferidos automaticamente para a Escola Santina
Filizola, o chamado “Grupão”.
Pois bem, foi no
Santina Filizola que passei a estudar com o José Francisco, o Carauassu.
Devíamos ter cerca de
09 anos.
O Zé Francisco era
filho mais velho do senhor José Martins e da Dona Aglacy. Morávamos na Rua
Getúlio Vargas, na casa do senhor Mirandão da Dona Floriza, ao lado do “seu”
Vicente Balbino, Dona Nazaré e seu Valdomiro, D. Miacó e as famílias do “seu”
Carimã e do “seu” Moca, na esquina das Ruas Getúlio Vargas com Mendes
Guerreiro.
Já naquela época, o
Zé Cote já tinha a Voz Serenata e o Zé Francisco frequentava muito a voz e
assim, aprendia as músicas que mais tocavam na época.
A vida era simples,
divertida e a nossa Maués ficava distante da capital, de barco, era uma semana
para se chegar a Manaus.
O avião que
esporadicamente atendia Maués, era o da Panair e pousava no rio, assim, as
notícias somente nos chegavam através das rádios de Manaus: Difusora, Baré e Rio
Mar e emissoras de Belém do Pará.
A comunicação mais
rápida e em tempo real com o mundo era através do telégrafo.
Tudo era lento, tudo
era limitado, até a busca de recursos de saúde...
Zé Francisco, o
Carauassu, brincava como todas as crianças de sua idade, tomava banho de rio,
brincava na rua...
Certo dia, inadvertidamente,
subiu em um pé de abiu para colher alguns frutos. A árvore de abiu é
extremamente frágil e quebra com facilidade.
E, ao subir no pé da
árvore frágil, caiu de uma altura elevada e sofreu diversos ferimentos que
causou sua morte.
Em seus últimos
momentos de vida, o pequeno Zé Francisco implorava pela vida e a forma que
encontrou de mostrar seu apelo a Deus, foi através de uma canção muito ouvida
na época, era a seguinte:
“Tristeza ê za...por
favor vai embora, oraa..minha alma que chora aa..está vendo o meu fim..Fez do
meu coração a sua moradia, já é demais o meu sonhar, quero voltar àquela vida
de alegria....quero de novo sambar...”
Essa música, quando
tocada nos dias de hoje, me veem a mente a lembrança do meu amigo Zé Francisco,
o Carauassu, que mesmo falecido há muitos anos, deixou na memória de seus
familiares, amigos e pessoas daquela época, a sua lembrança e marcou sua
passagem nessa vida.
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