Maués, Terra do Guaraná, 180 Anos, terça-feira, 25/06/2013 -
Aldemir Bentes
Artigo
Peço licença para retroceder no tempo.
Voltar aos anos 60 e contar um pouco da nossa história.
Maués, uma cidade encravada no coração
da Amazônia, habitada por uma população, cuja miscigenação gerou um povo novo,
mas, com conhecimentos e sabedoria preservada de seus antepassados.
Maués, de duas ruas apenas, Rua da
Frente (Hoje Dr. Pereira Barreto) e Rua detrás (Hoje Getúlio Vargas) a
continuidade da cidade eram grandes guaranazais: Rua Guaranópolis, Rua Amazonas
que começa a surgir. Havia além do centro, dois bairros que sempre se
digladiaram, no bom sentido, Maresia e Aldeia (Hoje o populoso Ramalho Júnior).
O Bairro da Aldeia era ligado ao
Centro e Maresia através de uma ponte feita de madeira. Ao longo da ponte, os
bares do “seu” Totico, do Coxoxó e do Martinho.
Na Maresia, o curral do boi Caprichoso,
do João Afilhado que depois passou para o comando do Preto da D. Ida. O Albino,
pai do Curicão comandava o boi Garantido.
As festas juninas, o sete de setembro
eram festejados e comemorados nesta praça secular, Praça Coronel João Verçosa
que, segundo nos ensina a história, foi palco do final da revolta dos Cabanos e
forças legalistas.
Maués, dos mestres João Doce, Tiduca e
seus descendentes que foram artesãos de mãos cheias e com amor, dedicação e
carinho, construíram verdadeiras obras de artes, figuras de animais da nossa
fauna, confeccionados com a massa do guaraná.
Maués das Usinas de Pau Rosa, do
senhor Leonel, do Sr. Magaldi, do senhor Elias.
Maués dos grandes clássicos entre
União e Náutico, das disputas de Caprichoso e Garantido, das escolas São Pedro
e Ginásio de Maués.
Maués, da primeira senadora deste
país, a senhora Eunice Mafalda Michiles, mãe do querido Humberto Michiles que
por aqui viveu por muitos anos dedicando o seu amor ao povo de nossa terra.
Maués da Voz Serenata do saudoso José
Antonio Ferreira, o Zé Cote, que de cujo trabalho em prol da nossa comunicação,
revelou nomes como Zequinha Prado de Negreiros, Gabriel Tavares, Zé de Souza, o
beleza pura, de Claudiney Cabral, o Claudico, de Chiquinho, de Hércules Dinelli,
o Preto e do nosso mais famoso radialista, Joaquim Chagas, o locutor do Povo.
Maués das lendas, dos contos, dos
mitos. Maués da Rua Amazonas que em noites de sextas-feiras caminhava por ela o
“homem da calça molhada”, cuja história é conhecida da nossa querida “Diquinha
Pavão”, contemporânea da D. Raimunda Amaral, da D. Evilázia Barbosa, do
Dominguinho, da d. Maria Macedo.
Maués, do Guaranópolis, do União
Esporte Clube, da Estiva Nova, da Maloca, do Castelinho.
Maués das constantes e intermináveis
disputas de futebol de salão entre Associação Mariana e Toca Esporte Clube,
cujas equipes eram patrocinadas pelo querido padre Leão Martinelli que, com a
ajuda do povo da Maresia, construiu a Igreja de Bom Pastor.
Maués do Santana, do Protásio, do
Dentista Walton Bizantino, do soldado Pinto, do delegado Ananias, do soldado
Sabá Borracha, do Borrachinha, do Chico Branco, do Sargento da d. Juvita, do
Sabá Borracha, do senhor Otacílio Negreiros, de Milton Nogueira, do Felipão, de
Moisés Benchaiya, do seu Peroba, de ilustre Xavico, do seu Olavo Silva, do Tarzan
da Maria França, do Vico, do Carimã, do seu Alexandre Gafanhoto, do senhor
Agrepino Aleluia...
Maués, do conto do menino sem cabeça,
que em noites escuras, passeava pela Rua da Frente.
Maués do Fomento, da Antarctica
Paulista, cujo gerente, senhor Benvenuto, dedicou anos de sua vida a nossa
terra. Fomento do Dr. Vitor que aqui se fixou e construiu sua família, adotando
a nossa terra como sua..
Maués do Santina Filizola, das
professoras Gervis, Salime Benchaya, Ligya Magnani, Jandira Mc Comb, Raimunda
Rocha, Jayme Benchaya, professor Salum Almeida e uma geração de educadores que
ajudaram a construir gerações e gerações de filhos de Maués, muitos, se
destacando em seus campos de atuação.
Maués dos barcos de Linha Jurema,
Rápido, Caravelle, Amazônia, Medeiros, Ana Maria, Andrea D, que inspiraram a
construção dos barcos que hoje conhecemos..
Ah! Maués, temos tantas coisas boas
para serem relembradas...
E muitas saudades recheadas de muita esperança....
Maués de Carlos Esteves, do senador
José Esteves, de Darcy Michiles, de Humberto Michiles, de Simão Barros, de
Alfredo Almeida, de Eunice Michiles, de Donga Michiles, de Santina Prado de
Negreiros, de Clóvis Prado de Negreiros, de Antonio Negreiros de Almeida, de
José Carlos Esteves, de Antonio Carlos o nosso querido Tonecas...
Maués de Rafael Faraco, de Ercílio
Carneiro e de tantos e tantos filhos ilustres que orgulharam e orgulham esta
terra..
Maués dos Mawé, dos nordestinos, de
pessoas que vieram de longe e aqui criaram raízes.
Maués do Bar Iracema, do Sayonara Bar,
do Pavilhão do Povo, do SESP.
Maués dos imensos guaranazais do Rio
Apocuitaua.
Rio Apocuitaua do senhor Manelzinho Negreiros,
da família Góes, de cuja descendência gerou o nosso prefeito Padre Carlos
Góes...
Maués, paixão, amor, saudades,
lembranças e a certeza da construção de uma bela história que será contada para
as nossas futuras gerações.
Parabéns Maués e Viva seus 180 anos de
glórias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente essa matéria.Comentários alheios ao assunto ou que agridam a integridade moral das pessoas, palavrões, desacatos, insinuações, serão descartados.