Aldemir Bentes
Na véspera, ainda de madrugada do dia 29, minha mãezinha,
Cândida Bentes de Souza, havia passado mal, acometida de cansaço e falta de ar.
Minhas sobrinhas, Conceição e Maroca, ainda na madrugada, a
levaram para o Hospital, o antigo, na Estrada dos Moraes.
Pela manhã, a família foi avisada e todos rumaram para o
Hospital para saber como a paciente estava, pois, no dia 31 daquele mês, ela
completaria 97 anos de vida.
Antes de irmos para o trabalho, eu e a Altina estivemos no
hospital e comprovamos que mamãe estava bem, havia tomado banho, e a Altina
penteou seus longos cabelos, já grisalhos e descontraímos conversando sobre o
seu aniversário no dia seguinte.
Perguntada se queria bolo, ela simplesmente disse que “queria
balões brancos”.
Após a visita, deixamos o hospital e seguimos para os nossos
trabalhos, conscientes de que naquele mesmo dia, ela deixaria o hospital e
voltaria para sua casa.
O dia passou sem novidades, mas, já de tarde, a Maroca
comunicou que mamãe havia piorado e estava respirando com ajuda de aparelho de
oxigênio...
De imediato, fomos para o hospital...
O final da tarde daquele dia, foi de angústia, de desespero,
de orações, de súplicas...
Mamãe não saiu do coma e a cada minuto, seus órgãos ficavam
mais e mais enfraquecidos e as esperanças de recuperação se tornavam remotas e
fomos nos preparando para o pior...
A Altina chamou o Padre Edson, que fazia visita no hospital e
ele, deu a extrema unção para minha mãe.
Naquele finalzinho de tarde e início da noite, depois de eu e
meu irmão Percildo, nos despedirmos de nossa mãe e pedirmos seu perdão, ele
suspirou o seu último suspiro terrestre e faleceu, calma, serena, tranquila...
Presenciei minha mãe falecer...
E, no dia 31 de maio de 2007, dia no qual faria 97 anos de
vida, sepultamos nossa mãe, aquela que nos deu a vida, aquela que nos criou,
aquela que deixou para todos nós, filhos, netos, bisnetos e tataranetos, um
grande exemplo de vida, respaldado no respeito, na dignidade humana e no amor.
E conforme vossa vontade, distribuímos balões brancos na hora
de seu sepultamento.
Hoje, 30 de maio de 2015, faz 08 anos que perdi uma parte da
minha vida, minha mãe...
A ela, onde quer que esteja, receba minha mãe, o meu amor e o
meu carinho, jamais esquecerei de vossa memória.
Maués-AM, Terra do Guaraná, 181 anos, 30 de maio de 2015, às
11:00h, ouvindo Zé Ramalho, Chão de Giz....
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