Por Aldemir Bentes de Maués
domingo, 27 de março de 2011
O populismo tem início no Brasil a partir de 1945 no Governo Vargas, mas sua origem foi em 1930. A partir de então, sucessivas administrações usam deste artifício para se manterem no poder. Através do populismo, os governos aliciam a população das classes sociais de menor poder aquisitivo e desta forma, conseguem os votos suficientes para se manterem no poder. Em Maués, os sucessivos governos que ocuparam a administração pública municipal, se mantêm no poder por longos anos, usando o populismo como inspiração e sustentação de sua permanência a frente do comando administrativo municipal.
A democracia brasileira que foi retomada a partir da eleição de Tancredo Neves, promulgou a Constituição de 1988, a qual aprovou muitos direitos voltados para a cidadania do povo brasileiro. A constituição previu as reformas políticas que até hoje ainda não foram regulamentadas. Através de sucessivas tentativas, conseguiu um pequeno avanço neste contexto. A chamada Lei da Ficha Limpa é uma conquista que começou no seio da população, para que a mesma se tornasse lei, foi necessário mais de um milhão de assinaturas da população brasileira. Mesmo assim, ainda não pôde ser aplicada nas eleições de 2010, segundo interpretação do Supremo Tribunal Federal. Sua aplicação só se dará a partir das eleições de 2012. Assim, candidatos barrados pela lei, poderão ser diplomados, caso estejam dentro das regras que regeram as eleições de 2010. O populismo é uma forma de escravidão silenciosa que se disfarça de “ações de interesses sociais” em busca da igualdade social, dando oportunidades iguais para todos os cidadãos. Essa prática se torna mais evidente em época de eleições. Doações de ranchos, telhas, madeiras, combustível, motores e até dinheiro, são usados para “comprar” o voto de eleitores de menor poder aquisitivo e de menor conhecimento da realidade do município.
Atualmente no município de Maués, a administração municipal usa um programa voltado exclusivamente para a prática do populismo. Disfarçada de renda cidadã, este programa de cunho eleitoreiro, aprisiona as pessoas mais carentes do nosso município. O programa cadastra as famílias em estado de risco social e os mantém atrelados ao poder público municipal, através da “ajuda” de R$ 50,00 (cinqüenta reais) para cada família cadastrada.
Além da “ajuda” monetária, o programa distribui título de “aforamento”, também disfarçado de Título Definitivo, que são entregues as famílias dando posse de suas propriedades. Mas para que estes títulos se tornem de fato “Definitivos” é necessário o registro em Cartório, o que tem um custo e a Prefeitura não cobre este custo, daí, o “Título Definitivo”, sem o registro legal em cartório, não ter a validade legal de um título definitivo, isto não é explicado para as famílias. Em época de eleição, esse programa expande “suas doações”, incluindo material de construção, combustível, rancho, motores, gado e dinheiro.
Agindo desta forma, imoral, mas legal, pois o mesmo foi aprovado na Câmara de Vereadores de Maués, o grupo político atual, já está no poder há 12 anos e com expectativa de mais 12 anos se nada for feito pela população do município, principalmente, pelas pessoas que não aprovam este comportamento da administração que comanda os nossos destinos.
Portanto, percebemos que a democracia praticada em nosso município está distante dos conceitos defendidos pelos idealizadores desta forma de governo tão difundida pelo mundo e praticada por diversos governos. Contrário, os nossos governantes agem de forma populista, visando tão e unicamente a sua perpetuação no poder público municipal.
*Aldemir Bentes é filho de Maués, Escritor, Formado em Letras pela UEA – Núcleo de Maués – Maués-AM, 27/03/2011 – domingo - de 09:59 às 11:13 h
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“Não jogue este texto na via pública, mantenha limpa a nossa cidade”
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