Investimento de R$ 3,5 mi decorrentes de isenção de ICMS promove ocupação e renda no Médio Amazonas

SOLICITAMOS AS COMUNIDADES CITADAS NA MATÉRIA SE DE FATO ESSES INVESTIMENTOS ESTÃO SENDO APLICADOS NESTAS COMUNIDADES.

Matéria publicada pelo Jornal A Crítica de 25/06/2011
Em dois anos, diversas comunidades da área rural ganharam novas casas de madeira, estrutura de agroindústria para fabricação de rapadura

Manaus , 25 de Junho de 2011

ANTONIO XIMENES
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Um convênio de R$ 3,9 milhões entre a Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS) e a Prefeitura de Maués, com recursos provenientes da isenção de ICMS da Ambev e repassados como benefícios sociais e econômicos está reestruturando a cadeia produtiva do interior desse município do Baixo Amazonas.
Em dois anos, diversas comunidades da área rural ganharam novas casas de madeira, estrutura de agroindústria para fabricação de rapadura, casas de farinha, plantel de ovinocultura de pequeno porte da raça Santa Inês, mudas de guaraná e banana com melhoramento genético, com o objetivo de fortalecer a presença do produtor rural em seu lugar de origem. Porém, com capacidade de geração de ocupação e renda, a partir de práticas sustentáveis no plano econômico e ambiental.

Vocacionadas
Para facilitar a distribuição dos recursos, insuficientes em função da demanda, mas importantes para fixar o trabalhador rural em suas áreas de produção, o prefeito Odivaldo Miguel de Oliveira Paiva (Belexo) focou as iniciativas em comunidades vocacionadas para determinadas atividades econômicas.
“Nós dividimos a área rural em doze polos de desenvolvimento e sabemos a vocação de cada um deles. Acreditamos que com a renovação do convênio, que termina em setembro, poderemos continuar fortalecendo o setor primário de maneira diversificada, além do guaraná, que é a nossa principal força econômica”, disse.

Rapadurinha
No polo 6, fica a comunidade do Bom Jesus, localizada na calha do Médio Apocuitaua, onde está sendo construída uma agroindústria de rapadura, açúcar mascavo e suco de caldo de cana para atender as merendas escolares do município e do Estado, neste último caso (rapadurinhas) junto ao programa da Secretaria de Educação do Estado (Seduc).
“Nós já construímos as instalações, onde vamos produzir as rapadurinhas. Agora, estamos na fase final. Isso somente foi possível porque foi instalado aqui um potente motor gerador e outro de apoio para a fábrica e pela assistência técnica que recebemos”, disse o presidente da Associação dos Comunitários do Bom Jesus, Aldenor Rodrigues da Costa.
Energia e boa logística são fundamentais para a produção de rapadurinha em uma área que fica há mais de quatro horas em “motor rabeta”, de pouco mais de 5 hp de força, distante da sede do município. Por este motivo, que mais recursos serão necessários para a compra de embarcações que possam levar a produção até a Maués e outras cidades do Estado.
As comunidades de Santo Antônio e Liberdade, no rio Alto Apocuitaua,também estão trabalhando para ter suas agroindústrias de cana-de-açúcar.

Produção atende escolas
Na avaliação do presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, o convênio está focado na política de agregação de valor ao que se produz no interior com sustentabilidade. “Uma agroindústria de rapadurinha, caldo-de-cana e açúcar mascavo é viável aqui, principalmente porque essa comunidade já tem áreas para plantar cana-de-açúcar e conhece o processo industrial, que é muito simples”, disse sobre a comunidade do Bom Jesus.
A referência dos agricultores da comunidade do Bom Jesus é a fábrica de rapadurinha de Maués, de propriedade do empresário Celso Scherer, que produz 45 toneladas/ano deste produto. “Toda a produção de rapadurinha é consumida pelos alunos da rede pública estadual, no programa da Seduc, e no município aqui também.Vendemos ainda caldo de cana e açúcar mascavo”.