Por Marcelo Ramos
Dep. Marcelo Ramos |
Hoje, utilizarei o espaço para uma reflexão sobre a obra “POLÍTICA. Quem manda, por que manda, como manda”, de João Ubaldo Ribeiro.
“É também comum que se considere a Política uma atividade ou ocupação insuportável, só exercida por gente de mau caráter, venal, mentirosa e enganadora. Isto é uma grave injustiça. Se pensarmos bem, muitos dos grandes homens que admiramos foram políticos, ou são admiráveis devido precisamente às consequências políticas de seus atos – sua atividade política, enfim, quer estivessem eles pensando nisso ou não. Devemos lembrar que, se achamos que a Política está entregue a gente ruim, um pouco da culpa, ou grande parte dela, cabe a nós, “pessoas boas”, que não queremos envolver-nos com essa “atividade suja e incompreensível”. Não há nada de sujo, intrinsicamente, na atividade política. Os políticos (...) são gente como nós. De certa forma, pouca coisa pode haver de mais nobre do que a dedicação à coletividade, quando essa dedicação não é ditada por interesses pessoais ou mesquinhos, mas por crenças ou ideais que, mesmo erradamente, tenham como objetivo o bem-estar público. (...) Pois aquilo que se costuma chamar, equivocadamente, de “classe política” nada mais é do que um grupo de pessoas surgidas dentro de nossa própria sociedade. (...) Se todos eles são ruins de forma tão radical, o corolário é que todos nós somos ruins, já que, parafraseando uma frase bíblica, uma árvore boa não pode dar frutos tão maus. Se não gostamos do comportamento dos políticos e do funcionamento do sistema e não fazemos nada quanto a isso, estamos sendo políticos: estamos contribuindo para a perpetuação de uma situação política indesejável ou inaceitável. Se queremos fazer alguma coisa para melhorar a situação, também estamos sendo políticos, pois a única via de ação possível, neste caso, é a Política”.
A mudança na política depende muito da mudança na forma como a sociedade se vê na política. Pense nisso.
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