Por Carlos Dinelly
Nascemos e vivemos em uma terra abençoada, rodeada de riquezas naturais, minerais, culturais e humanas. Somos homens, mulheres, brancos, negros, indios, estrangeiros que te adotaram como pátria mãe, como terra chão. Somos caboclos, e na veia de todos, corre sangue sateré, seja por ascendência, procedência ou pela adoção de suas lendas no cotidiano de nosso dia a dia no deliciar-nos em um copo do melhor guaraná do mundo.
Muitos estão felizes, dando gargalhadas, aplaudindo, cantando vitórias com a noticia circulante de que um de seus filhos mais ilustres havia desistido, havia FUGIDO À LUTA de ser candidato nas proximas eleições. Entre o “desistido” e o “impedido” existe um universo de motivos, ideais, metas, obstáculos, vocação, destino, que todos nós estamos sujeitos e subjugados pela necessidade do momento, muitas vezes superiores aos nossos mais profundos e verdadeiros desejos.
Quanta alegria de uma minoria, banhada com as lágrimas de tristeza de toda comunidade que desde já, podia vislumbrar dias melhores para a tão amada Terra do Guaraná.
Existem momentos na vida, que temos que tomar decisões contrárias a tudo àquilo que realmente desejamos, e queremos para o momento devido, justamente, ao momento presente. Estas decisões nos produzem sofrimentos imensos quando lançamos o olhar ao futuro, e a dor nos consome somente ao imaginar os rumos e desfechos que ela acarretará na vida de todos em função de uma circunstância maior.
Quem são os que se alegraram com a noticia? Quem são os que choraram?
A resposta está em nossas ruas esburacadas, tomadas de mato, cheias de lixo, nas obras paradas e superfaturadas e de péssima qualidade. Nas máquinas da secretaria de obras que estão jogadas e sucateadas por falta de peças de reposição. Está na falta de reagente para fazer exames simples ou em uma garrafa de oxigênio para salvar uma vida em estado de emergência no hospital. Na farra com o dinheiro público, nas viagens desnecessarias em aviões fretados com nosso dinheiro, na poluição de nossos igarapés com fezes, fruto da irresponsabilidade na execução dos convênios firmados para melhorar a vida das pessoas e que, acabou por piorar, transformando a melhora em visivel estado de degradação e desrespeito. Na certeza do total abandono que se encontra essa terra, que os que verdadeiramente a amam, derramam suas lágrimas em somente imaginar que essa decisão poderá ser definitiva, e significar a continuidade do hoje existente e dominante em nossa cidade, o descaso e o abandono total.
Como disse... existe decisão que é tomada em função da necessidade do momento, não que ela seja a melhor, mas devido a muitos fatores externos que nos enchem de dor. Mas como decisão em função de momento, suprem a necessidade de momento e que geralmente, o momento passa e ainda acredito, ainda continuo esperançoso e sei que os impedimentos colocados; que hoje limitam a manifestação ansiosamente aguardada de que podemos sonhar com dias totalmente diferentes do que hoje vivemos em termo de administração pública, logo será anunciada de forma definitiva; sabem por quê...? Porque conheço o Homem que alguns querem ver fora da disputa, e sei do imenso amor que tem por nossa CIDADE, pois tem correndo nas veias a bravura herdada dos nossos antepassados, e sei que percebe o outro momento tão importante que diante dele está, do quão importante é para nossa cidade a decisão definitiva a ser tomada e não tenho dúvida que essa terra receberá a tão almejada decisão com alegria no coração e no espírito, pois será neste momento quando tu oh! Terra do Guaraná... VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE A LUTA.
*Carlos Dinelly é professor de Educação Física no IFAM de Maués.
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