MUDANÇAS
Entre os conteúdos que deixam de ser obrigatórios, estão Sociologia, Filosofia, Artes, Educação Física. Conteúdo flexibilizado será oferecido 22/09/2016 às 17:48 - Atualizado em 22/09/2016 às 19:14
O presidente Michel Temer assinou e vai encaminhar ainda
hoje (22), ao Congresso Nacional, Medida Provisória (MP) para
reestruturação do ensino médio que, quando aplicada, possibilitará que o
aluno escolha diferentes trilhas de formação e formação técnica. O
governo também anunciou plano de ampliar a educação integral a partir de
2017.
A intenção é que o ensino médio tenha, ao longo de três anos, metade
da carga horária de conteúdo obrigatório, definido pela Base Nacional
Comum Curricular – ainda em discussão. O restante do tempo deve ser
flexibilizado a partir dos interesses do próprio aluno e das
especificidades de cada rede de ensino no Brasil. Os alunos poderão
escolher seguir algumas trajetórias: linguagens, matemática, ciências da
natureza e ciências humanas.
Entre os conteúdos que deixam de ser obrigatórios, estão as disciplinas de Sociologia, Filosofia, Artes, Educação Física.
Na opinião do governo, as mudanças pretendem favorecer, também, a
aplicação dos conhecimentos em diversas áreas – inclusive no dia a dia
dos alunos e na realidade do Brasil e do mundo. Pelo Plano Nacional de
Educação (PNE), até 2024, 50% dos matriculados cumprirão jornada escolar
em tempo integral de, no mínimo, sete horas por dia, somando 4,2 mil
horas em todo o ensino médio.
De acordo com o ministro da Educação, Mendonça Filho, a pasta
investirá R$ 1,5 bilhão para ofertar o ensino integral a 500 mil jovens
até 2018. O tempo integral passará a ser fomentado a partir do ano que
vem. “O tempo integral retira os jovens da vulnerabilidade nas grandes e
médias cidades do Brasil e garante uma educação de qualidade”, disse.
Ao discursar durante o evento de assinatura da MP, o presidente
Michel Temer garantiu que “não haverá redução das verbas para educação”.
Segundo Temer, a reforma no ensino médio pretende fazer com que seja
dado um “salto de qualidade na educação brasileira
A partir de 2017
A expectativa é de que essas mudanças comecem a ser aplicadas a
partir de 2017, de acordo com a capacidade de cada rede de ensino.
Conforme Mendonça, não há prazo de implementação para a reforma, mas a
primeira turma deve ingressar no novo modelo em 2018.
A reforma do ensino médio passou a ser priorizada pelo governo após o
Brasil não ter conseguido, por dois anos consecutivos, cumprir as metas
estabelecidas. De acordo com dados do Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade do ensino no país, o ensino
médio é o que está em pior situação quando comparado às séries iniciais
e finais da educação fundamental: a meta do ano era de 4,3, mas o
índice ficou em 3,7.
Atualmente, o ensino médio tem 8 milhões de alunos, número que inclui estudantes das escolas publica e privada. Segundo o Ministério da Educação, enquanto a taxa de abandono do ensino fundamental foi de 1,9%, a do médio chegou a 6,8%. Já a reprovação do fundamental é de 8,2%, frente a 11,5% do médio.
Projeto de lei que tramitava na Câmara dos Deputados já previa
algumas das mudanças no currículo do ensino médio. A edição de medida
provisória foi criticada por grupos e entidades ligadas à educação, que
defendem uma maior discussão das mudanças.
No discurso de anúncio medida, Mendonça Filho rebateu as críticas:
"Quando se fala em educação, muitas ou algumas vozes se levantam para
dizer: 'que pressa é essa?'. Pressa de termos crianças e jovens
relegados à educação pública de baixa qualidade, comprometendo seus
futuros e suas vidas. Não podemos ser passivos e tolerantes diante de um
quadro como esse".