Médico Euler Ribeiro apresentou na famosa Universidade de Sorbonne, na França, conferência sobre envelhecimento do homem da Amazônia
26 de Março de 2014
Na Sorbonne
Euler apresentou as vantagens de comer jaraqui, um peixe que tem mais ômega 3
que o famoso salmão
A longevidade do homem
amazônico, que em alguns locais como no Município de Maués (a 293 quilômetros
de Manaus) tem índice superior ao mundial, foi o tema da conferência proferida
pelo médico gerontologista Euler Ribeiro, na Universidade de Sorbonne, na
França.
Diante de mais de cem catedráticos
daquela que é uma das mais antigas universidades do mundo, Euler relatou fatos
e hábitos da vida na região que contribuem para esse quadro que tem despertado
a atenção dos estudiosos em vários continentes.
Convidado pela Sociedade Francesa da
História da Medicina para falar sobre o envelhecimento do homem na floresta
Amazônica, Euler destacou que as atividades na zona rural, levando o homem a
fazer esforços continuados como o ato de remar, cuidar da agricultura, assim
como o hábito de dormir pelo menos dez horas ao dia, sem ter que enfrentar o
estresse da vida da cidade são importantes nesse quadro.
Guaraná
“Além disso, falei da dieta
amazônica, que oferece peixes como o jaraqui cujo teor de ômega 3 é maior que o
do salmão e o guaraná em pó, antioxidante melhor que o vinho e chá verde, capaz
de proteger contra o diabetes, câncer e aumentar a força muscular”, revelou o
especialista, que em Manaus dirige a Universidade da Terceira Idade (UnAti),
ligada à Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
A floresta dá ainda frutos tão
saborosos quanto nutritivos, como a castanha, rica em selênio, não produzido
pelo corpo, por isso tem que ser ingerido e a mandioca, sem glúten e sem as
contra-indicações do trigo, além do camu-camu, grande antioxidante rico em
Vitamina C, explicou Euler, para assegurar que uma dieta composta por frutas e peixes
regionais, aliada aos exercícios praticados nas atividades do dia a dia e as
horas de sono são a receita ideal para quem quer ter vida longa.
“A geriatria e gerontologia são
áreas da saúde relativamente novas, em comparação com outras especialidades
médicas. Isto porque, foram impulsionadas por mudanças demográficas que estão
cada vez mais, aumentando o número de idosos na população de países
desenvolvidos e em desenvolvimento. O Brasil não foge à regra”, disse ele,
durante a palestra.
Ao falar da expectativa de vida
demonstrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
apontando que no Brasil do ano de 2050, pelo menos 30% da população terá no
mínimo 60 anos e a expectativa de vida será de 80 anos, o médico disse ser
importante considerar a trajetória do envelhecimento da população como reflexo
não só da melhoria da qualidade de vida, mas também da assistência à saúde e a
abertura de espaços para os idosos como a UnAti, existente em vários estados
brasileiros.
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