Matéria do Jornal A Crítica
Delegado
George Gomes afirmou que morte de ex-delegado tem a ver um estupro
sofrido pela mulher do líder da FDN, 'João Branco'. O responsável pela
'Operação Hórus' também confirmou participação de sobrinha da vítima no
crime
Polícia Civil declarou que morte foi motivada por vingança de facção criminosa comandada por traficante 'João Branco'
Em
coletiva realizada nesta terça-feira (18) na Delegacia Geral de Polícia
Civil, o delegado titular do 8º Distrito Integrado de Polícia, George
Gomes, afirmou que a morte do ex-delegado Oscar Cardoso Filho,
61, ocorrida no dia 9, foi motivada por um estupro cometido pelo
delegado juntamente com outros ex-pms a mulher do chefe da facção
criminosa Família do Norte (FDN) João Pinto Carioca, o “João Branco”.
Após ser deflagrada a “Operação Hórus”
nesta terça, onde a Polícia apresentaria um novo mandado de prisão
contra João Branco, foi observado que o mesmo não se encontrava na cela.
A Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) realizou uma recontagem dos
internos durante a tarde e informou que o mesmo não foi encontrado no
espaço do Compaj. A Polícia Militar cercou a unidade e as buscas irão
continuar nesta quarta (19). João Branco cumpre pena no Complexo
Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) por tráfico de drogas.
Segundo o delegado George Gomes, ainda não há informações oficiais sobre a fuga do líder da FDN,
porém outros mandados de prisão como o de Fábio Diego Matos de
Oliveira, 27, o “Piu Piu”, e de Karine Cristine Pereira do Nacimento,
sobrinha do delegado Oscar Cardoso, estão sendo cumpridos. A sobrinha do
delegado é acusada de ter participado da morte fornecendo informações
sobre a localização de Oscar no dia do crime.
Durante
a Operação Hórus, o dono da locadora de veículos Macedo Rent a Car,
Arlindo Jorge Teles Macedo, 51, foi preso após cumprimento de mandado de
prisão em sua residência localizada avenida Coronel Teixeira, no
condomínio residencial Ponta Negra 1, Zona Oeste. Ele é acusado de ter
alugado o veículo usado na execução do delegado Oscar Cardoso. O
namorado da filha dele, que não teve o nome revelado, também foi detido.
O
mandado de prisão foi expedido pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri
e cumpriu-se na manhã desta terça-feira (18). Segundo a polícia,
Arlindo alugou o veículo, um Grand Siena, de cor branca, placa OAH
-7732, para William Rocha Bezerra, 26, que também é acusado de
estelionato. O carro foi abandonado após ser incendiado pelos atiradores do delegado em um ramal da Zona Leste, um dia após o crime.
Há
indícios que o empresário tenha alugado mais de 50 veículos a William,
mas os veículos teriam sido vendidos pelo estelionatário. Destes, 45
veículos foram recuperados pela empresa e um queimado após a morte do
delegado. A advogada e filha do empresário, Ana Caroline, confirmou a
versão apresentada pela polícia.
Operação Hórus
Por
volta das 6h, a Polícia Civil do Amazonas deflagrou a operação “Hórus”
com a finalidade de combater o tráfico de drogas, o crime organizado,
homicídio e o chamado “Golpe do Seguro”, ocorridos em Manaus.
Participaram da operação 150 Policiais Civis, entre delegados,
investigadores, escrivães e peritos, com o apoio de integrantes do grupo
Força Especial de Resgate e Assalto (FERA).
Durante
a operação foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e quatro
mandados de prisão temporária, expedidos nesta segunda-feira (17) pelo
juiz Anésio Rocha Pinheiro, da 2ª Vara do Tribunal do Juri. Faltam serem
cumpridos três mandados de prisão temporária.
Até
o momento, foram presos por mandado de prisão temporária Arlindo Jorge
Teles Macedo, 51; Rodrigo Barbosa Maia (estagiário de Direito e genro de
Arlindo), 22; Alessandro Ramos Cardial, 23; e Luciano da Silva Barbosa
(filho do traficante Zé Roberto). Entre os presos em flagrante estão
Rosenildo Cordeiro Damasceno Júnior, 33, e Dione da Silva Freitas, 26.
*Colaboraram os repórteres Perla Soares, Jhonny Lima e Vinícius Leal
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