Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) |
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse em conversa
gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que apoia uma
mudança na lei que trata da delação premiada de forma a impedir que um
preso se torne delator -procedimento central utilizado pela Operação
Lava Jato.
Renan sugeriu que, após enfrentar esse assunto, também poderia
"negociar" com membros do STF (Supremo Tribunal Federal) "a transição"
de Dilma Rousseff, presidente hoje afastada.
Machado e Renan são alvos da Lava Jato. Desde março, temendo ser preso,
Machado gravou pelo menos duas conversas entre ambos. A reportagem
obteve os áudios. Machado negocia um acordo de delação premiada.
Ele também gravou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), empossado ministro do Planejamento no governo Michel Temer. A revelação das conversas pela Folha na segunda (23) levou à exoneração de Jucá.
Em um dos diálogos com Renan, Machado sugeriu "um pacto", que seria
"passar uma borracha no Brasil". Renan responde: "antes de passar a
borracha, precisa fazer três coisas, que alguns do Supremo [inaudível]
fazer. Primeiro, não pode fazer delação premiada preso. Primeira coisa.
Porque aí você regulamenta a delação".