Matéria do Jornal A Crítica de Manaus
Dez adolescentes estavam envolvidas na rede de pedofilia desbancada pela polícia no último dia 21. Os presos durante a operação policial começaram a ser ouvidos nesta quarta-feira
Maués, 28 de Setembro de 2011
JONAS SANTOS
Uma das cinco adolescentes integrantes de uma rede de pedofilia desmantelada pela polícia, no último dia 21, em Maués (a 267 quilômetros de Manaus), contou, nesta quarta-feira, em depoimento, que as orgias com menores ocorreram até mesmo dentro das instalações da Câmara Municipal do município. Dez meninas, com idade entre 13 e 16 anos, foram intimadas pelo delegado Mauro Melo a depor no caso. Elas recebiam entre R$ 30 a R$100 para manter relações sexuais com os envolvidos no esquema.
O assessor parlamentar de um vereador cujo nome não foi revelado, Welington Nunes, o Telo, foi preso nesta quarta-feira. Além disso, o assessor de um deputado estadual do Amazonas também foi citado no inquérito policial, segundo o delegado. Mario Melo pedirá agora a prisão temporária de mais 13 pessoas. O processo corre em segredo de Justiça e a polícia não revela o nome dos implicados. Segundo informações, Telo é assessor do vereador Simildon Rocha, o “Simoca”.
Onze pessoas já foram presas pela Polícia Civil na operação “Renascer” desencadeada na cidade, duas delas soltas por ordem do juiz Luilton Pio Almeida: o bioquímico identificado apenas como Ivanécio - preso em flagrante dentro do motel com uma menor de 14 anos - e a dona do estabelecimento de nome Eunice.
“Vou pedir nesta quinta-feira a prisão temporária à Justiça de mais trezes pessoas”, afirmou o delegado.
Agenciadores
A polícia está à procura de mais três agenciadores que recrutavam as meninas para programas sexuais com políticos, empresários, comerciantes e funcionários públicos. Um dos “cafetões” já está recolhido, além do funcionário público que atende pelo apelido de Beto. O acusado é conhecido na cidade como Neguinho da Bateria.
O assessor de um deputado estadual, não identificado, deverá ter a prisão decretada e outras duas pessoas com mandados expedidos no sábado estão foragidas. “Ocorreram eventos que também foram organizados em Maués para receber políticos de Manaus, que pagavam pelos programas”, disse Mário Melo.
Outros detidos durante a operação policial foram: os comerciantes Hélio Rocha, Esquerdinha, Chico do Chavico, Deica da voadeira, O DJ Valciney WSP, o artista plástico Marquinho do Canela. Eles começaram a ser ouvidos pela polícia nesta quarta-feira.
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