domingo, 25 de setembro de 2011

Esperança

Dep. Marcelo Ramos

Por Marcelo Ramos
Ontem tive um domingo especial. Acordei cedo e fui participar dos festejos em comemoração aos 10 anos da Fazenda Esperança. Experiência surpreendente que alimentou minha alma e meu espírito.
Era minha primeira visita nesse bem sucedido modelo de tratamento de dependentes químicos (drogas e álcool) concebido e coordenado pela Igreja Católica.
Na chegada acompanhei um interno que apresentava as instalações da fazenda, relatava suas experiências e a forma como lá viviam. A rotina de permanecer interno num local só de homens, acordando as 4:30 da manhã, trabalhando duro, sem televisão e com outras restrições que o tratamento impõe, para muitos de nós pode parecer uma rotina de prisão, mas, para ele é um caminho para a verdadeira liberdade e para a vida.
Foi a rotina dura da Fazenda que devolveu a ele a alegria de ouvir suas duas filhas - que acompanhavam a visita - chamarem “pai” com olhos de felicidade e não com os olhos do passado de medo, sofrimento e vergonha.
O interno acabou a caminhada conosco (visitantes) e seguiu com a sua família resgatada. Essa imagem está impregnada na minha mente e no meu coração, porque se essa imagem fosse um quadro, o nome da obra seria “ESPERANÇA”.

Terminada a visita, fui a linda capela, rezei por minha família, pedi a Deus proteção para o meu filho adolescente. Acompanhei as celebrações, música, teatro e depoimentos de internos e ex-internos. Em vários momentos cheguei a lagrimar, mas foi o depoimento de um ex-interno que mais me tocou. Disse ele: “Eu fui salvo e agora ajudo a salvar...”. Se essa frase fosse um livro, o título seria: “ESPERANÇA”.
As drogas aprisionam nossa juventude, destroem famílias, silenciam as consciências. Nossa fé em Deus e nossos ideais de solidariedade, fraternidade e companheirismo quebram essas correntes e nos mostram que a verdadeira felicidade está na família, no amor ao próximo e numa vida a serviço do bem.
Sai de lá com a certeza de que “quem tem esperança vive diferente...”.

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