Foto: Reinaldo Santos
Autoridades participaram da audiência |
Maués - A criação de uma minuta para proibir o
consumo de bebida alcoólica nos postos de gasolina e lojas de conveniência,
será a primeira medida adotada pelo município de Maués para melhorar a
segurança pública. A decisão saiu durante a 1ª Audiência Pública de 2014
realizada na noite desta quarta-feira (12) no Museu do Homem, reunindo a
sociedade civil e autoridades dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
A promotora da 2ª vara da Comarca de Maués, Yara Rebeca Albuquerque, ressaltou
que a questão é voltada para a proibição do consumo.
A minuta será apresentada na abertura
dos trabalhos legislativos da Câmara Municipal no próximo dia 17. “Maués,
precisa dessa lei, boa parte dos excessos acontece nesses recintos. Outro
grande problema é um provável incêndio de grande monta por conta dos fumantes”,
disse.
O promotor da 1ª vara Luiz Lobão ressaltou que a legislação
prevê pena de multa para o estabelecimento que permite o consumo e venda de
bebida alcoólica para menores. “Trata-se de questão criminal, quem vende para
menor comete crime e se constitui em infração penal”, destacou.
Para o delegado do 48° DIP, Rafael
D’Agostini Schimdt, Maués possui uma geração de menores delinquentes e
criminosos que precisa ser freada.
O juiz da 2ª vara da Comarca, Jean Pimentel enalteceu a
inciativa do Ministério Público dizendo que a audiência é um canal de diálogo
com a população e será dele a missão de presidir os atos infracionais que
envolve crianças e adolescentes.
O tenente Victor Moraes do 10° Batalhão
da PM disse que em Maués ainda não chegaram às leis que existem em outros
municípios e no estado. “Nos postos de gasolina e nas lojas de conveniência não
tem cobrança de portaria, não há fiscalização”, argumentou. O cumprimento do
Estatuto da Criança e Adolescente foi cobrado pelo presidente do Conselho
Tutelar José de Oliveira que pediu mais atuação da Câmara.
Os defensores públicos Maurilio
Maia e Daniel Brito, também se posicionaram considerando o debate democrático.
“Assim se constrói uma verdadeira democracia. Essa não é uma questão exclusiva
de Maués, precisamos criar políticas públicas, mas a conscientização é o melhor
caminho”, ressaltou Maia.
A empresária Almerinda Almeida
proprietária de uma loja de conveniência disse que os postos e as lojas não são
pontos de criminalidade. “Os postos somam com a comunidade não nos tratem como
bandidos nessa situação. Emprego seis pessoas com carteira assinada e com todos
os seus direitos”, defendeu.
O juiz Jean Pimentel disse que a
audiência não visa cercear o direito de comercializar bebidas para maiores, mas
para menores e coibir o consumo. “Já existe a lei n° 2958 de 2005 no âmbito do
Estado do Amazonas que prevê essa proibição”, disse o juiz. Penalizar as
famílias dos adolescentes, foi uma sugestão do psicólogo Péricles Miranda que
informou que a Secretaria de Assistência Social vai lançar o Programa “Legal é
prevenir”.
Outra cobrança da comunidade foi à
criação de abrigos e local para o cumprimento de medidas socioeducativas.
A promotora Yara Albuquerque informou que impetrou ação civil pública
contra o estado e município fazendo as cobranças. O defensor
Maurilio Maia sugeriu a coleta de assinaturas para cobrar a criação desses
estabelecimentos. O presidente da Câmara Raimundo Rodrigues representou o
prefeito pe. Carlos Góes durante a audiência.
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