terça-feira, 23 de agosto de 2011

Retrato da Educação Municipal na Zona Urbana

Por Dalmo Ribeiro. Graduado em Letras UEA/Maués.
Atualmente, a educação é considerada como o principal pilar de transformação e formação social do ser humano e um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de um município. É através do engendramento do conhecimento que um município se desenvolve, não somente pelo aumento de sua renda, como também pela qualidade de vida das pessoas que formam a sociedade urbanizada. Embora, segundo alguns dados do MEC, os municípios tenham alcançado um número positivo no campo das matrículas nos níveis infantil e fundamental, ainda há muito que ser feito, principalmente em Maués, onde as diferenças sociais são bastante acentuadas. A escola (ensinos infantil e fundamental são o foco maior) é o ambiente de grande importância para a ascensão social dos alunos e muitos desses discentes maueenses têm recebido pouco ou quase nada de investimento nesse setor.
Ora, o grande problema então que se pode constatar é a péssima qualidade de ensino presente dentro do recinto escolar que acontece devido, em parte, tanto da falta de estrutura educacional adequada (o que seria essa falta de estrutura educacional adequada?), como pela falta de estruturação das ínfimas bases presentes que restaram de um modelo pedagógico ultrapassado. Parece que, o que rege a Educação Municipal é o que resta. O restante desse modelo já não serve mais para a nossa atual modernidade educacional. Qualquer Professor percebe os disparates e a débâcle da Educação de Maués. Somente uma Secretaria de Educação camufla sua gestão com dados fictícios para mostrar que o sistema educacional que opera são ótimos, o que não é verdade. A sociedade que usa o sistema educacional é digna de saber como anda o monitoramento de sua própria educação. A escola não pode e não deve continuar da mesma maneira, usando de artifícios que enganam e desrespeitam o alunato e a família, tolhidos às novas mudanças.
A educação em Maués, infelizmente não é prioridade. Os recursos que chegam do governo federal e estadual não chegam à escola, quando chegam são espoliados e as obras que precisam ser feitas ficam pela metade, impossibilitando o aluno a ter um pouco mais de comodidade. Outro empecilho é a grande divergência social. As escolas, longe do Centro da cidade, apresentam seus prédios em estado pauperizado com telhado caindo, bancos de madeira, sem conforto, sem merenda. Não somos ricos na arrecadação, mas também, não somos tão pobres assim em relação aos recursos arrecadados, porém o que o governo nos envia dá muito bem para suprir nossas necessidades em âmbito de educação. Estudar em escolas municipais tornou-se sinônimo de “não querer mais ir à escola”, pelo tempo de paralisação do ano letivo. O aluno fica desmotivado, apático, vulnerável e eles sabem muito bem o por quê. O intelecto dos discentes anda em baixa e isso explica os altos índices de criminalidade, de uso de drogas, de furtos cometidos por adolescentes em idade escolar. A falta de interesse por parte dos alunos é extremamente alarmante, juntamente com a falta de motivação do Professor, provocada pela desvalorização do Magistério, e, visivelmente seu baixo salário. Maués é considerada hoje, a cidade que menos investe em educação municipal. Os precedentes da proposição são oriundos da ausência do comprometimento do gestor mor da educação (A Secretaria Municipal de Educação).

Não se vê os programas da política municipal para a educação, não há projetos de recreação nas escolas que possam despertar os alunos para o mundo lúdico, não há elaboração de programas extraescolares, só se pensa em uma escola estática, petrificada, fadada ao acaso, quando a real necessidade é ter uma escola dinâmica, maleável, desenvolta capaz de trazer a toda a classe estudantil uma dignidade mais próxima de sua realidade. Não se divulga o monitoramento educacional para as famílias, que têm seus filhos matriculados, não se tem o balanço do ano letivo. Todos os indicativos educacionais são importantes e a Secretaria deve assim divulgá-los. É mais do que obrigação, exigidos por lei. Eles auxiliam, dão direção educacional, dão lisura à gestão da Secretaria, mostram a radiografia de toda a educação como os recursos técnicos e financeiros, assim como a comunidade escolar no estabelecimento de metas e implantação de ações pedagógicas e administrativas, visando à melhoria da qualidade de ensino. Sem todo esse aparato, tudo funciona em plena escuridão. A família, A Educação e Todos os Alunos merecem respeito, esses três aspectos se complementam na formação do caráter e na educação de nossas humildes crianças.
Um artigo publicado pela revista (VEJA, 10 de julho de 2009) em relação aos países que pouco investem em educação, mostra que o mais bem colocado são os que gastam mais com o aluno, que não é o caso do Brasil e, muito menos o da nossa cidade, com nossa educação municipal. Segundo o economista norte-americano James Heckman diz que: “um país como o Brasil só conseguirá realmente alcançar altos índices de produtividade quando entender que é necessário mirar nos anos iniciais. Eles são decisivos para amoldar habilidades que servirão de base para que outras surjam”.
É necessário parafrasear o argumento do economista, através de um silogismo simples para que possamos entender que:
Toda cidade que recebe recursos do governo deve investir maciçamente em Educação;
Ora, Maués é uma cidade que recebe sim esses recursos do governo.
Logo, Maués deve investir maciçamente na sua Educação, que começa, portanto, nos anos iniciais.

Desta forma, apesar destes e de outros pontos negativos na Educação Municipal na zona urbana atual, expresso minha visão parcial acerca do assunto. Por outro lado, se tivéssemos os esclarecimento fiéis da Secretaria de Educação do Município, talvez teríamos achados alguns méritos para a contrapartida e demais pontos que compõem o retrato da filosofia utópica do crescimento da educação municipal de Maués.

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