Por Marcelo Ramos
Deputado Marcelo Ramos (PSB) |
Ligo a televisão e sou surpreendido por uma peça publicitária que diz: “O Governo do Amazonas não para de investir na saúde!”. Após a frase, a imagem de um belo hospital, muito organizado, limpo, com poucos pacientes e funcionários felizes e sorridentes.
Ao fim do comercial, fui tomado pela dúvida e pela indignação.
A dúvida. Onde foram feitas aqueles imagens? Onde fica aquele hospital? Será que mandaram uma equipe pra Europa só pra fazer aquelas imagens? Ou será que montaram um cenário e contrataram atores? Só de uma coisa eu não tinha dúvida. Aquelas imagens não eram do João Lúcio, nem do Joãozinho, nem do 28 de Agosto, nem do hospital de Urucurituba ou de Autazes e nem de qualquer outro hospital do Amazonas.
E aqueles médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagens e demais profissionais da saúde que apareciam tão felizes e sorridentes?
Seriam na verdade servidores de cargos comissionados do governo - estes sim com salários que justificam tanta alegria – emprestando seu talento cênico? Ou seriam atores contratados para aquele papel? Só uma coisa eu tinha certeza. Aqueles não são os servidores da saúde do Estado do Amazonas, estes, desvalorizados, mal remunerados, trabalhando em péssimas condições e sem motivos para estarem tão sorridentes.
A indignação. Como pode um Governo afirmar em sua propaganda que “não para de investir na saúde” no mesmo momento em que reduz o percentual de investimento em saúde na sua proposta orçamentária para 2012, estabelecendo o mesmo valor gasto em 2010 e menor que o gasto em 2011?
Essa propaganda é uma papagaida. Constrange o governo porque é completamente desconectada da realidade do sistema de saúde do Estado!
Quando tivermos um governo que entenda que prestar um bom serviço de saúde pra população é a melhor propaganda, gastaremos menos com verbas publicitárias porque o povo estará verdadeiramente satisfeito e o governo não precisará dessas novelinhas para iludi-lo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente essa matéria.Comentários alheios ao assunto ou que agridam a integridade moral das pessoas, palavrões, desacatos, insinuações, serão descartados.