Manaus, 19 de outubro de 2015.
Em Sessão Especial realizada na manhã desta
quinta-feira (19), em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado no
dia 20 de novembro, o deputado José Ricardo Wendling (PT), um dos autores desta
solenidade, destacou que essa data é de luta e de reflexão para resgatar a
história do Brasil e também do Amazonas. “Foram mais de 300 anos de escravidão
no País e que deixaram reflexos na vida dessa população, que representa hoje
mais da metade da população brasileira. Infelizmente, até hoje, há muito
preconceito e muita intolerância racial e até religiosa”, declarou ele, citando
como exemplo o grande assassinato de jovens no Brasil, em que a maioria dessas
vítimas é composta por negros e pobres.
Para
ele, é preciso continuar cobrando o efetivo cumprimento dos direitos dos negros
e negras no Brasil. “A partir do Governo Lula, tivemos mais ações afirmativas
para garantir esses direitos, por meio de políticas públicas e até da
implementação do Estatuto da Igualdade Racial e do Estatuto da Juventude. Isso
graças a vontade política. Sabemos que muito ainda precisa ser feito para mudar
esse quadro atual e, por isso, essa luta deve continuar para também cobrar
ações públicas em níveis estadual e municipais”, disse o parlamentar,
enfatizando Projeto de Lei, de sua autoria, que institui o dia 10 de julho como
o Dia Estadual da Abolição da Escravatura no Amazonas. “O nosso Estado foi o segundo estado brasileiro a declarar a liberdade
aos escravos negros. Por isso, essa data sempre tem de ser lembrada por todo o
povo brasileiro, para que a luta pela igualdade reflita em políticas públicas
que tratem igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de
sua desigualdade como prevê a Constituição Federal”.
Presidente
da Associação Movimento Orgulho Negro do Amazonas, Christian Rocha destacou que
essa é uma importante data que lembra Zumbi dos Palmares, que lembra quilombo e
que lembra igualdade e respeito. “Ainda temos um bom caminho a percorrer para
garantir essa igualdade e respeito, mas digo que serei um eterno voluntário em
prol do movimento negro”, declarou ele, enfatizando que foi no Governo Dilma
que os negros e negras tiveram mais espaço nas tomadas de decisão.
De
acordo com a historiadora Patrícia Sampaio, infelizmente, o Brasil é o quinto
País o mundo em assassinato de mulheres. “Com base em dados de 2012, a cada
minuto, uma mulher é agredida no Brasil e cerca de 70% era alguém que amava,
seu companheiro. E 54% desses casos as vítimas são negras. Isso mostra que
temos que ter sempre coragem, como palavra de ordem feminina, para que possamos
mudar essa triste realidade”.
O
dia 20 de novembro foi escolhido em homenagem à morte de Zumbi, o líder
do Quilombo dos Palmares, lugar que serviu de refúgio para aproximadamente 20
mil escravos. A celebração da Consciência Negra é uma forma de fazer memória, para que o povo
brasileiro não repita a brutalidade com que os negros foram tratados durante a
colonização do Brasil, marginalizados da sociedade.
Nesta Sessão Especial foram homenageadas
entidades do Estado que atuam na promoção da igualdade racial, como Fórum
Permanente Afrodescendente e Movimento Orgulho Negro, além das personalidades:
Lamartine Silva, Aloísio Pereira, Irmã Helena, Cristiano Correia, Elizângela
Almeida, Emanuel de Almeida Júnior e professora Patrícia de Melo. A autoria
dessa solenidade é dos deputados José Ricardo, Luiz Castro (Rede), Sabá Reis
(PSDB) e da deputada Alessandra Campêlo (PCdoB) e aconteceu no plenário da
Assembleia Legislativa do Estado (Aleam)
Participaram desta
homenagem, dentre outros órgãos e entidades: Cáritas Arquidiocesana, Fórum de
Juventude Negra, Instituto Cultural Afro Matubelê, Conselho Municipal de
Cultura, Fórum Permanente Afrodescendente do Amazonas, Articulação das
Religiões de Matrizes Africanas e Ameríndias (Aratrama/Carma).
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