quinta-feira, 15 de abril de 2010

O QUE É SUBJETIVIDADE

O QUE É SUBJETIVIDADE
*Por Aldemir Bentes de Maués

A palavra subjetivo (adjetivo) é usada para exprimir aquilo/aquela ou aquele que não é objetivo, ou seja, não é real. O filósofo grego Platão, usava esse termo para exprimir seu mundo “IDEAL”, que segundo ele, se encontrava no pensamento, no campo das ideias, não existia concretamente. No mundo subjetivo de Platão tudo era perfeito, funcional, daí a expressão “amor platônico” que traduzido ao pé da letra significa “amor perfeito”. Outro filósofo que também fez uso da subjetividade foi Aristóteles para explicar a subjetividade VS objetividade. Segundo ele, a subjetividade (pensamento) constrói as imagens, letras, palavras e a objetividade (representação gráfica/realidade), a torna objetiva, REAL. Resumindo, tudo o que falamos ou expressamos através de imagens ou caracteres, primeiro, são construídos no pensamento (subjetividade) e assim que são expressas através da fala ou caracteres (no caso da língua/falada/escrita), se tornam concretas, objetivas.
Para SIGMUND FREUD, pai da psicanálise, todos os nossos pensamentos, lembranças atuais e passadas estão ligadas por meio de conexões e nada é motivada por acaso, sempre há uma relação. Partindo da premissa de que o Consciente é apenas uma pequena parte da MENTE, ele buscou estudar um campo mais vasto, estudou as partes expostas (acessíveis) e as partes ocultas da mente, as quais denominou de “pré-consciente” e “Inconsciente”. No pré-consciente estão armazenadas as lembranças mais recentes e de uso constante, como por exemplo, a comida que você mais gosta, a sua rua, o seu nome, o seu bairro, o número do seu telefone, os nomes de seus familiares, etc. No inconsciente, estariam às lembranças remotas e de menor uso ou que foram reprimidas ou excluídas da consciência, mas que estão ligadas, de forma “Inconsciente” e que não foram perdidas e sim guardadas e que não são permitidas serem lembradas.
Assim sendo, para Freud a maior parte da consciência é inconsciente. Ali estão os principais determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica, as pulsões e os instintos. (1920, livro 13, pp. 41-2 na ed. bras.)

Ferdinand de Saussure, pai da linguística, também usa a subjetividade e objetividade para explicar a teoria do SIGNO = Significante (que corresponde a parte física, galho, folhas, tronco de uma árvore, por exemplo) e Significado, a "imagem acústica" (mental).
Desta forma, para Saussure, não existe Signo sem Significante e Significado, pois um “depende” do outro. No caso da língua, existe a língua (parte subjetiva – Coletiva) e Fala (concreta-Individual).

Se os filósofos gregos, Platão e Aristóteles, o psicanalista SIGMUND FREUD (Freud explica) e o linguista suíço Ferdinand de Saussure estivessem vivos, talvez eles pudessem explicar algumas OBRAS em andamento na cidade de Maués.
Tomemos como exemplo a denominada Praça de Alimentação “ImaGINAÇÃO JAPONESA” orçada em R$ 121.728,12 que está sendo construída na Estrada dos Moraes em frente a sede do União Esporte Clube.
O nome da praça é “GENIAL”, Imaginação (SUBJETIVIDADE, ninguém vê), japonesa. Para Freud, os materiais, restos de entulhos, pedra, areia, capim, pedaço de calçada, barracão abandonado, seria a “Consciência”, a lembrança atual, visível, concreta e de fácil acessibilidade. O “pré-consciente” seria a conclusão da obra, pode ser “lembrada” e concluída. O “inconsciente” seria o valor da obra, o prazo para conclusão, isto é, NINGUÉM mais lembra ou não quer lembrar. O consciente reprime, exclui.
Para Platão, o mundo ideal seria o projeto (mundo ideal/Subjetividade), a conclusão e a efetiva utilização da obra pelos habitantes de Maués, (mundo REAL/Imperfeito/OBJETIVIDADE). Talvez ele fosse capaz de tornar concreta a obra planejada, isto, através da subjetividade.
Já Ferdinand de Saussure diria que o SIGNO, pela primeira vez estaria incompleto, pois o que está completo, neste caso, seria o SIGNIFICADO, a parte acústica, a imagem, a pronúncia da frase: “praça de alimentação imaginação japonesa”. O SIGNIFICANTE, a parte concreta, só restaria mostrar o que a foto mostra, uma obra “INACABADA”.
Mentira ou verdade? É só conferir e IMAGINAR como Maués contribuiria muito com os teóricos e estudiosos aqui citados.
Viram como é fácil estudar filosofia, psicanálise e linguística em Maués, os exemplos estão ao nosso alcance, basta querer enxergar.

*Aldemir Bentes é filho de Maués, Escritor, Formado em Letras pela UEA – Núcleo de Maués – Maués, 30/06/2009 – às 00:07 h

Não jogue este texto na via pública, mantenha limpa a nossa cidade!

Um comentário:

  1. Ola,Ademir!
    Você explicou muito bém a palavra subjetividade.
    Sou uma senhora de 63anos e só agora consegui dar início a uma graduação(letras),e pelo tempo que faz que cursei o ensino médio,estou com dificuldades de entender certas palavras.
    Acessei seu blog por acaso e foi muito bom, consegui entender tal subjetividade.
    Muito Obrigada!
    Maria José Carvalho-Sorocaba,SP.

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