Matéria do Jornal Diário do Amazonas
31 Mai
2014 . 08:30 h . Dhyene Brissow . portal@d24am.com
Investigação foi feita no interior do Estado e identificou
irregularidades nas contas dos ex-prefeitos de Tabatinga e Maués. Secretários e
servidores municipais também estão entre os envolvidos.
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Promotor Fábio Monteiro - CAOCRIMO |
Manaus - Investigações do Ministério Público do Estado
(MP-AM) identificaram irregularidades praticadas pelos ex-prefeitos de
Tabatinga, Saul Bemerguy, e Maués, Odivaldo Miguel Paiva, que caracterizam os
crimes de desvio de verba, improbidade administrativa, e lavagem de dinheiro,
praticados quando eles estiveram a frente do município, em 2012. Secretários e
servidores municipais também estão entre os envolvidos.
Por perda de foro privilegiado, já que nenhum dos
dois continua como prefeito, as denúncias serão ajuizadas nas promotorias dos
municípios. A denúncia contra Bemerguy já foi encaminhada ao município. Mas
segundo o promotor Carlos Firmino, ainda não foi ajuizada porque está sob
análise.
Entre as irregularidades encontradas em Tabatinga,
estão a doação de terrenos públicos, a existência de três servidores
‘fantasmas’ na prefeitura, além de contratação de seis servidores com idade
acima do limite permitido pela legislação, 70 anos, e nove menores de idade,
entre elas uma menina de 13 anos.
Segundo o chefe do Centro de Apoio e Combate ao
Crime Organizado (CAO-Crimo), promotor Fábio Monteiro, que coordenou as
investigações, cinco parentes do prefeito foram contemplados, entre eles a
sobrinha, Laldeci Bemerguy Cabral, o sobrinho Orleilson Bemerguy Cabral, a irmã
Maria Nunes Bemerguy e a cunhada Maria Shaida Cordovil, que também atuou como
advogada da prefeitura.
O ex-secretário de Política Fundiária do Município
Valdinei Lopes da Silva também ‘ganhou’ um terreno com duas casas, avaliado em
R$ 100 mil.
Além do prefeito, também estão envolvidos a
ex-vice-prefeita Eliziane Lima Oliveira, a ex-secretária de assistência social
e mulher de Bemerguy Alzenora Cordovil, o ex-secretário de Política Fundiária
Valdinei Lopes, o ex-coordenador de regulamentação fundiária Pedro Porto Cruz e
o vigia noturno José Augusto Ferreira, que apesar de ganhar R$ 510 por mês
movimentou R$ 1,6 milhão na sua conta nos meses de abril a outubro de 2012. O
vigia não se manifestou sobre a origem do dinheiro.
Em Maués, o CAO-Crimo encontrou irregularidades na
execução de obras no município. Entre elas, um contrato de R$ 8,5 milhões pagos
à construtora Socorro Carvalho para serviços de pavimentação em 112 ruas, que
não foi realizado.
O caso de Maués será encaminhado nos próximos dias,
segundo informações do responsável pelas investigações, promotor Fábio
Monteiro. “Agora fica a critério das promotorias apresentar a denúncia, mas é
raro não apresentar”, disse o promotor.
O PortalD24AM tentou contato, nessa sexta, com os
ex-prefeitos, mas não obteve retorno. Procurado pela reportagem em julho do ano
passado, quando as investigações estavam em andamento, Bemerguy disse que todos
os seus familiares que receberam terrenos “se encaixam nos critérios do
programa social”.
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