quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A continuidade daquilo que já conhecemos

Dia 27 de setembro, segunda-feira - apressado, sigo para o primeiro dia de aula da faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Amazonas - UEA - Núcleo de Maués.

Para minha surpresa, cheguei atrasado, o que não gosto de fazer, faltavam 20 minutos para às 07:00 da noite.Fui informado que as aulas começam às 06:00 horas da tarde. Na sala, já estavam vários colegas. Alguns conhecidos, outros não, somente de "vista".
As aulas são por meio de transmissão via satélite, na qual os professores estão num estúdio em Manaus e interagem com os alunos nos vários municípios do interior do Amazonas. Há na sala de aula, uma professora auxiliar, que intermedia a interação, organizando a forma deste método de ensino, ainda novo no nosso meio, haja vista que a maioria dos alunos, sempre estudaram pela forma presencial.
É a tecnologia se agregando a universidade. Neste modelo, a UEA é pioneira no Estado, capaz de atingir centenas de alunos nos mais longiquos rincões deste imenso estado, quebrando barreiras e dando condições ao aluno do interior de cursar uma faculdade, sem ter que deixar seu habitat e seus familiares, podendo ao final do curso, expandí-lo, multiplicá-lo, sempre revertendo esses conhecimentos adquiridos, em favor do coletivo, visando a melhoria de vida de toda a sociedade.
A função da universidade é isto, universalizar os conhecimentos, dando condições de pesquisa e expansão do mesmo, sempre pensando na melhoria de vida das pessoas.
A UEA assume um grande papel no contexto educacional do ensino superior à distância no interior do Amazonas, priorizando oportunidades e a permanência de seus alunos em seu local de origem, enfrentando desafios de toda ordem e buscando superá-los a cada dia.
Mas a UEA é uma Universidade do Povo do Amazonas, gerida e administrada pelo Estado, sua história está recheada de glórias e superação de desafios.
Entretanto, o Estado, como administrador desse patrimônio, pouco está fazendo para a sua expansão e até a manutenção de tudo que já foi feito.
O núcleo de Maués não tem telefone, o mesmo foi cortado, talvez por falta de pagamento. Há falta de materias de expediente, as apostilas dos cursos ainda não chegaram, os alunos do curso de ciências receberam apenas um CD com as primeiras disciplinas, sendo de responsabilidade de cada um, imprimí-la para assim, facilitar o aprendizado.

Através da televisão, é notório o esforço e competência dos professores, mas o Estado parece não querer investir em EDUCAÇÃO de QUALIDADE.
Estamos entregues a própria sorte. Mesmo assim, o continuimos que há trinta anos comanda este Estado, teima em permanecer no poder.
É hora de cada cidadão do Amazonas, principalmente alunos, professores e funcionários da UEA tomarem consciência e refletirem sobre o momento no qual vivemos e decidirem, se querem mudar, experimentar o novo, ou, se querem permanecer, a continuar a viver a mesmice.
Se assim decidirem, o futuro da Universidade do Estado do Amazonas estará fadado ao fracasso, ao descaso e talvez nossos filhos não terão as mesmas oportunidades que estamos tendo agora.
É hora de mudar, é hora de ousar. Experimentar o novo é arriscar, permanecer naquilo que já conhecemos, é concordar, é aceitar.
Você decide.

Aldemir Bentes de Maués, é escritor, formado em Letras e Acadêmico do Curso de Ciências Econômicas - UEA - Núcleo de Maués.

2 comentários:

  1. É verdade Ademir temos que mudar, pois estamos vendo o que está acontecendo com a Educação Superior, com a educação básica, como mostrei ontem em meu blog a situação em que se encontra a Escola Estadual Walton R. Bizantino, mas também vemos descaso com a saúde, produção.
    Aí vem o atual governador dizendo que o Estado está avançando, em que?? Nós temos o poder nas mãos vamos fazer a nossa parte, temos que mudar... Abraços...

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  2. Sintetizando seu depoimento caro colega, concordo em partes, primeiro, que realmente a UEA deve graduar o interior para que possibilite uma maior extensão junto a comunidade, pois essa é a máxima da educação superior: Ensino, Pesquisa e Extensão, fico imaginando o número exorbitante de acadêmicos inertes ao conhecimento que frequetam diverosos cursos no interior do Amazonas, dados retirados de minha realidade no Curso de Educação Física.
    A verdade é o descaso do próprio acadêmico em não vivenciar o seu curso, causando o efeito dominó, ou seja, a faculdade passou por ele, e no obstante, não tem nenhum compromisso nenhum com sua sociedade. Partindo pela falta de recursos, caro professor, é um problema mais complexo, além do descaso do governo. por isso, devemos refletir bastante ao nos pronunciarmos, todo Curso Mediado por Tecnologia é posto em ação mediante aprovação de Projeto, daí o cuidado dos coordenadores realizarem um bom projeto, com toda a planinha de custo englobando tudo que for necessário durante os 4 anos de curso, pode ser que tais recursos ainda não tenham sidos repassados, em se tratando de uma universidade pública existem vários tramites asserem vencidos, entretanto, se os seus coordenadores não tiverem pulso o curso de vocês iram passar por muitos problemas.
    Digo isso por vivenciar a luta de nossos coordenadores, pois temos uma estrutura muito boa, dificuldades temos, agora temos que saber-las superar, mas, no ínterin temos todas as condições necessárias de realizar um excelente curso.
    Vai da boa vontade do discente. Infelizmente cada universo intelectual que vivencia na faculadade age diferenciado, olhando o simples beneficio de concluir o seu curso, utopia, pois o mercado é muito exigente e seletivo, muitos irão acordar tarde demais.

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